Na maioria dos casos, o problema desaparece com a idade
Cientistas dizem ter descoberto o código genético responsável pelo  sonambulismo. Os pesquisadores, da Escola de Medicina da Universidade  Washington, em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos, estudaram quatro  gerações de uma família de sonâmbulos e encontraram uma mutação em uma  seção do cromossomo 20. 
Em artigo publicado na revista científica Neurology, eles afirmam que  para sofrer de sonambulismo, basta que a pessoa carregue uma cópia do  DNA defeituoso.
A equipe disse esperar que a descoberta abra caminho para tratamentos  para a condição, que afeta até 10% das crianças e um em cada 50  adultos.
Em geral, o sonambulismo é uma condição benigna, que passa com a  idade. Em muitos casos, crianças sonâmbulas se levantam da cama em  estado de transe e saem caminhando pela casa. Mas casos mais extremos  podem ser problemáticos e até perigosos, particularmente quando a  condição persiste até a idade adulta.
Estresse 
Sonâmbulos podem fazer ações complexas, como encontrar a chave do carro, destrancar portas e dirigir.
Há casos graves, de sonâmbulos que cometeram crimes durante um surto. Apesar disso, sabe-se pouco sobre o fenômeno.
O sonambulismo tende a se propagar em famílias, de uma geração para  outra. Algumas pessoas são particularmente suscetíveis. E fatores como  cansaço e estresse podem desencadear surtos, que tendem a acontecer  cedo, assim que a pessoa adormece, no estágio de sono profundo e sem  sonhos, conhecido como Non Rapid Eye Movement, (ou NREM, quando não há  movimentos rápidos do olho).
Pela manhã, a pessoa não terá qualquer lembrança do surto.
Família de sonâmbulos 
Em seu estudo, a cientista Christina Gurnett e seus colegas de universidade observaram uma grande família de sonâmbulos.
O caso da família tinha sido passado aos especialistas porque um dos  seus membros mais jovens, uma menina chamada Hannah, de 12 anos, tinha  vivenciado surtos preocupantes de sonambulismo, em que ela regularmente  saía de casa e vagava noite adentro.
Em quatro gerações da família, dos bisavós até os netos, nove membros de um total de 22 eram sonâmbulos.
Um dos integrantes da família, um tio de Hannah, frequentemente  acorda com oito pares de meias nos pés. Outros parentes da menina  sofreram ferimentos, como fraturas nos dedos dos pés, durante surtos.
A partir de amostras de saliva do grupo, os pesquisadores analisaram o DNA da família para entender a raiz genética da condição.
Uma busca em todo o genoma revelou que o problema estava localizado  em códigos genéticos presentes no cromossomo 20, e que o código tinha  sido passado de uma geração para outra.
Se uma pessoa possui o gene, a probabilidade de que ela o passe adiante é de 50%.
E qualquer indivíduo que possua a cópia defeituosa do gene sofrerá de sonambulismo, segundo conclusão dos pesquisadores.
Embora ainda não tenham identificado exatamente o gene ou genes  envolvidos - há 28 suspeitos - os cientistas dizem suspeitar de que o  causador do sonambulismo seja o gene responsável pela enzima conhecida  como adenosina deaminase.
sse gene já é conhecido por sua associação à fase do sono em que ocorre o sonambulismo. 
Gurnett diz que vários genes podem estar ligados ao problema.
- É provável que vários genes estejam envolvidos. O que descobrimos é o primeiro local genético para o sonambulismo.
Ela explica que ainda não se sabe qual dos genes naquela área do cromossomo 20 serão responsáveis.
- Até que encontremos o gene, não saberemos se isto se aplica a  várias famílias ou a um grande número de famílias que sofrem de  sonambulismo. Mas encontrar esses genes pode ajudar a identificar e  tratar a condição.

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