Recentemente lançado nos cinemas do mundo todo, o filme Cisne Negro aborda um problema ainda nebuloso: a esquizofrenia, doença que atinge 1% da população mundial. O filme conta a história de Nina, uma bailarina de 28 anos, que luta para ser destaque em uma companhia de balé. A pressão profissional e o estresse fazem a jovem bailarina desencadear surtos de esquizofrenia. Nina vê feridas e sangramentos pelo corpo, que desaparecem num piscar de olhos. O psicólogo da Universidade de Brasília, Ileno Izídio, explica que a doença aparece geralmente entre os 18 e 20 anos de idade e os sintomas iniciais podem surgir ainda na infância. De acordo com o psicólogo, alguns estudos apontam que a esquizofrenia poder ser hereditária, mas fatores ambientais, como pressão, ansiedade e estresse, também podem desenvolver a doença. Ileno Izídio explica que a família precisa ficar atenta aos primeiros indícios da doença e procurar apoiar o paciente com esquizofrenia.
"A primeira coisa que tem que ver, os familiares, é que isso não é fingimento, que isso possivelmente é uma doença, a pessoa não tem controle sobre isso e que precisa de ajuda profissional. A família também sofre e não sabe o que fazer. Tradicionalmente o que se faz? Procura um psiquiatra, um hospital e interna-se. Hoje a gente sabe que a mera internação e mera medicação não resolve. E às vezes a gente evita internar e medicar excessivamente para poder trabalhar mais esses lados psicológicos, relacionados à família pra ver se diminui e a gente faz com que a pessoa retorne, digamos assim, pro funcionamento anterior."
O psicólogo explica que a doença não tem cura, mas com os medicamentos corretos, qualquer pessoa com esquizofrenia pode viver bem.
"A pessoa pode normalmente, com o devido tratamento, que seja medicamentoso, psicológico ou familiar ou relacional, ter uma vida normal. Na realidade, o que a gente tem que fazer é tentar resgatar o mais rápido possível ou mais cedo possível as capacidades que a pessoa tem de continuar a vida normal. Várias pessoas têm diagnóstico de esquizofrenia, que tomam a sua medicação, que fazem a sua terapia e trabalham e têm a sua vida funcional."
Para Ileno Izídio, o preconceito é ainda um dos principais obstáculos para uma pessoa com esquizofrenia. De acordo com ele, o preconceito impede até mesmo os pacientes de buscarem ajuda. No entanto, o psicólogo afirma que ao surgir os primeiros sintomas, a pessoa deve iniciar o tratamento.
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