Educação nos EUA está afundando, afirmam autoridades do país

Estados Unidos ficaram em 25º lugar em ranking internacional de educação da OCDE

O secretário de Educação do governo dos Estados Unidos, Arne Duncan, disse ser necessário um "despertar massivo" no sistema de ensino do país, depois do resultado considerado médio no relatório de educação da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado nesta semana.

A opinião é a mesma de George Miller, presidente da Comissão de Educação e Trabalho do equivalente à Câmara dos Deputados dos EUA. Em reportagem publicada no site The Huffington Post, ambos avaliaram o desempenho norte-americano como insuficiente para que o país recupere o papel de "líder global em educação".

Miller considera que a nota mediana no Pisa - o estudo internacional de educação da OCDE - "não vai ajudar estudantes [norte-americanos] a obterem empregos". Na opinião dele, o estudo expõe problemas no sistema educacional dos EUA, que "está afundando" o país.

No total, a OCDE avaliou 64 países pelo Pisa. A entidade é formada na maioria por nações desenvolvidas, como Alemanha, Bélgica, Canadá, Austrália, Japão e os próprios norte-americanos.

A escala do Pisa vai de zero a mil. O Brasil recebeu nota 401; já os EUA obtiveram 496 - mesma dada à OCDE. À frente dos norte-americanos ficaram 24 países, incluindo Irlanda (497 pontos), Estônia (514) e Austrália (519).

Os Estados Unidos também perderam pontos no Pisa, no intervalo entre 2000 e 2009 - em comparação com o Brasil, que cresceu 33 pontos em uma década, os norte-americanos diminuíram três pontos com relação à sua nota inicial.

A reportagem do Huffington Post aponta ainda que, apesar de os estudantes dos EUA terem melhorado um pouco em ciência e matemática, eles continuam atrás de vários países - principalmente Coreia e Japão, na Ásia - nestes quesitos.

Para o presidente da comissão de educação, esse é um problema fundamental.

- A diferença entre os países no topo de rankings como esse [da OCDE] e os EUA é que os países acima de nós adotaram como meta ter o melhor sistema de educação do mundo. Eles sabem que a força de suas economias vai estar ligada aos seus sistemas educacionais, no século 21.