quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Confrontar o preconceito aumenta a autoestima, ao menos entre as mulheres

Mulheres que confrontam o sexismo no ambiente de trabalho se sentem mais capazes e competentes nas suas funções, e consigo mesmas, de uma forma em geral, aponta um estudo da Universidade de Nebraska, EUA. O comportamento de confronto a estereótipos parece diminuir os efeitos do estresse, mas não nos homens.
Para o estudo foram entrevistados homens e mulheres que percebiam, reagiam e relatavam episódios de preconceito no ambiente de trabalho. No caso das mulheres, a resposta a esses episódios melhorou a autoestima e o sentimento de bem-estar.
“A maioria desses episódios de preconceito é sutil, mas pequenas ações, como piadas sexistas, minam o desempenho e as percepções sobre a própria competência desses indivíduos”, diz Sarah Gervais, principal autora do estudo. “Confrontar esses episódios serve como antídoto para esses efeitos psicológicos”, completa.
A pesquisa se baseou em um ambiente on-line em que os participantes, após serem apresentados a um comentário sexista, por exemplo, podiam confrontá-lo publicamente para as outras pessoas envolvidas no estudo.
A análise dos dados mostrou que os trabalhadores, de ambos os sexos, enxergavam o ambiente de trabalho como uma “experiência comunitária”, ou seja, viam os colegas de trabalho como membros de uma mesma comunidade social, onde devem se ajudar mutuamente mesmo sem recompensas por suas posturas.
As mulheres que confrontavam episódios de preconceito tinham grandes progressos no sentimento de autoestima e bem-estar, mas os homens que presenciavam não disseram notar qualquer sentimento ruim ao presenciarem tal confronto. Isso, sugere a pesquisadora, mostra a importância das vítimas responderem a esses tipos de comportamentos, pois há apoio, de alguma forma, das outras pessoas envolvidas indiretamente com o episódio.
Gervais aponta que o estudo pode ajudar a promover essa cultura do contraponto no ambiente de trabalho. E como foi observado que há um sentimento de apoio por parte dos colegas de trabalho, esse tipo de confronto não parece promover sentimentos negativos e, portanto, as empresas deveriam apoiar esse tipo de comportamento, diz a pesquisadora.
“Confrontar o preconceito pode ser uma boa ação para o ambiente de trabalho, onde os efeitos negativos das vítimas desse tipo de comportamento parecem diminuir – ao menos entre as mulheres – e não há um impacto ruim nas outras pessoas envolvidas (talvez apenas nas pessoas que agiram de forma preconceituosa)”, finaliza Gervais.



 

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