quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Rendimento ainda continua concentrado


Rendimento ainda continua concentrado


Índice de Gini, que mede o grau de desigualdade, manteve-se praticamente estável

O comportamento observado quando se considera os décimos do rendimento teve reflexo direto na distribuição de renda no Estado, quesito onde praticamente não se avançou nos últimos dois anos. Em 2009, o Índice de Gini, que mede o grau de concentração de uma distribuição - no caso do rendimento mensal das pessoas de dez anos ou mais de idade -, foi de 0,528, mantendo-se praticamente estável quando se compara, por exemplo, com o ano de 2007, quando o indicador foi de 0,523. Este índice varia de zero (a perfeita igualdade) até um (a desigualdade máxima).

Embora sem variação significativa, o valor alcançado pelo Ceará no ano passado, aparece como o 3º melhor resultado entre os estados do Nordeste, região onde o melhor índice foi verificado no Maranhão (0,517), seguido por Pernambuco (0,522). O pior índice foi apurado no Piauí (0,558).

Entretanto, quando a base de comparação são os últimos seis anos, o Estado obteve relativo avanço, com o Índice de Gini saindo de 0,568, em 2004, para 0,528 no ano passado.

No País

Por outro lado, para o Brasil, foi mantida a tendência de queda observada nos últimos anos: em 2009, o índice de Gini foi de 0,518 e, em 2008, de 0,521. Vale lembrar que, em 2007, este índice foi de 0,528 e, em 2006, era de 0,541. O índice de Gini também apresentou redução no Nordeste, de 0,546 para 0,542 e, na Região Sul, de 0,486 para 0,482. Para o Sudeste, não houve mudança significativa, passando de 0,496 para 0,495.

Porém, houve redução considerável do índice para a Região Centro-Oeste, de 0,552 para 0,540. Desde o ano de 2007, esta região apresentava o maior índice, posição agora ocupada, novamente, pela Região Nordeste.

ÊNFASE
No País, ministro vê desigualdade em queda

Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, comemorou a queda na desigualdade de renda do Brasil no ano passado, mesmo com a crise econômica, fato mostrado na PNAD 2009. A pesquisa revelou que o Índice de Gini (escala entre 0 e 1, usada para mensurar desigualdade de renda, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa desigualdade), recuou de 0,514 em 2008 para 0,509 no ano passado. "O Índice de Gini é muito difícil de mudar e, mesmo em um ano de crise grave, ele recuou no Brasil, o que mostra que os mais pobres tiveram maior alta na renda do que os mais ricos", afirmou Bernardo. "É um dado muito positivo esse índice ter caído, já que, normalmente, em ano de crise, os mais pobres é que pagam a conta", acrescentou.
Para o ministro, o que determinou o resultado no ano passado foi a estratégia de manutenção dos principais programas sociais do governo federal, o estímulo à agricultura familiar e a política de elevação do valor real do salário mínimo, além do fato de o País ter gerado quase um milhão de empregos formais. Bernardo não se arrisca a prever se o índice vai cair abaixo de 0,50 em 2010, já que o Brasil retomou forte ritmo de crescimento econômico e voltou a reduzir a taxa de desemprego significativamente.

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